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Republicanos à vista


Nos últimos 100 anos, somente um presidente que possuiu dois mandatos consecutivos conseguiu eleger seu sucessor. Ronald Reagan conseguiu esse feito ao eleger George Bush (pai). Analisando o final do mandato do atual presidente Barack Obama e as enormes críticas devido à sua política externa e aumento exponencial da dívida nacional é difícil imaginar um cenário onde ele consiga eleger a sua sucessora, Hilary Clinton. Sob essa perspectiva o 45º presidente americano deve vir do partido Republicano. Enquanto os Democratas apostam todas as suas fichas em Hilary, os republicanos têm passado por um árduo processo de decisão, com inúmeros nomes concorrendo pelas primárias. Dentre eles podemos analisar alguns que têm se destacado no cenário dos debates eleitorais. ‘’Make America Great Again’’. É sob este lema que o bilionário e CEO da Trump Organization, Donald Trump, está liderando as pesquisas das prévias republicanas. Conhecido por suas posições radicais, Trump considera a imigração ilegal um dos maiores problemas dos EUA e possui como uma de suas bandeiras a construção de um muro para proteger a fronteira com o México, além da expulsão de 11 milhões de imigrantes ilegais que atualmente residem nos EUA. Embora esteja liderando as prévias, Trump não é bem visto dentro do partido republicano. O partido acredita que para vencer Hilary Clinton nesta eleição será necessário um apoio massivo dos latinos. Entretanto, devido ao seu discurso radical, Trump não agrada esse setor da população, o que de certa forma inviabilizaria a vitória republicana. Devido ao seu discurso extremamente agressivo, é provável que Trump comece a perder força na disputa ao longo dos próximos debates. Ben Carson, o diretor de neurocirurgia do Hospital Johns Hopkins gerou muita desconfiança ao anunciar sua pré-candidatura, mas têm se saído extremamente bem. De maneira geral, Carson agrada aos republicanos. Dentre suas principais bandeiras estão as críticas à reforma no sistema de Saúde americano (Obamacare), uma reforma tributária proporcional, que fixasse uma alíquota independente da renda e uma política externa de reaproximação de Israel, repudiando os atuais acordos que Obama fez com o Irã. Carson é um grande crítico do enfraquecimento do poder militar norte americano. Em uma declaração, alegou ‘’Hoje os EUA não possuem mais o poder de proteger as nações aliadas’’ (referência à Ucrânia e Israel). Jeb Bush foi governador da Flórida por oito anos, e sustenta sua campanha através de suas conquistas no mesmo estado. Bush conseguiu reequilibrar o orçamento, aumentar as reservas da Flórida, passando de 1 bilhão para 9 bilhões de dólares, gerou aproximadamente 1,2 milhões de empregos e ainda cortou cerca de 19 bilhões de dólares em impostos do Estado. Dentre suas propostas estão à correção do sistema de imigração para que ele possa se tornar um motor da economia norte americana, a ampliação da reforma energética pela qual o país está passando, uma reforma fiscal e livrar-se do Obamacare. Por outro lado, Bush possui certa resistência dos eleitores republicanos, os quais consideram que os EUA não precisam da continuidade da Dinastia Bush. Marco Rubio, neto de imigrantes cubanos e filho de um barman e uma empregada doméstica, têm conquistado enorme apoio dentre os republicanos. Rubio que foi senador pelo Estado da Flórida, possui uma oratória impecável e um discurso atrativo para a população latina. O candidato defende uma postura na política externa dos EUA de retomada no envolvimento nas questões mundiais. Classifica a não intervenção dos EUA na Síria, Ucrânia, Iraque e o acordo com o Irã inaceitável. Considera um equívoco também a postura de reaproximação com Cuba promovida pelo presidente Obama. Possui propostas de uma reforma educacional, com reforma na estrutura curricular, mas defende principalmente que estas devem acontecer sob a esfera estadual e local, não federal. Independente de quem seja o candidato republicano, é inegável o fato de que os EUA precisam urgentemente de reformas. A relação dívida/PIB já passou de 103%, alcançando o valor de 18 trilhões de dólares, cerca de 71% do gasto federal é usado somente para o pagamento de dívidas e programas sociais, a previdência social está à beira do precipício. A ascensão de candidatos como Carson e Trump pela primeira vez na política, refletem um sentimento de anti-establishment da população, isto é, o descontentamento com o fim da gestão Obama têm gerado um sentimento de repulsa pelos candidatos tradicionais, abrindo espaço para os Outsiders. A disputa deve ser decidida por Carson e Rubio, tendo em vista que o discurso extremamente agressivo de Trump deve começar a desestabilizá-lo e que Bush possui alta rejeição.


Artigo publicado em novembro/2015 na 11ª edição da Markets St.


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